Fonte da imagem: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/07/as-dez-tecnicas-mais-usadas-pela-grande-midia-para-manipular-a-realidade.html
Fábio José Lourenço
Bezerra
Estamos na Era da informação.
Exatamente por isso, precisamos questionar como e quais as informações nos
estão sendo repassadas ou restringidas. A mídia mundial, em grande parte
composta por oligopólios, são, por sua vez, agentes dos interesses das
mega-corporações privadas mundiais. Para esse fim, faz uso de várias técnicas.
Abaixo, transcrevemos na
íntegra um excelente artigo do site Pragmatismo Político (www.pragmatismopolitico.com.br),
postado em 24 de julho de 2015, sobre este tema.
“AS DEZ TÉCNICAS MAIS
USADAS PELA GRANDE MÍDIA PARA MANIPULAR A REALIDADE
Realidade mitificada: Conheça (e faça bom uso) as dez técnicas mais
usadas pelos grandes meios de comunicação para manipular a sociedade
Os que não são idiótes (no sentido grego: os que se voltam
para a vida privada menosprezando completamente a vida pública) jamais podem
ignorar como a grande mídia mistifica a realidade e manipula a opinião pública.
Todos os grandes meios de
comunicação têm, naturalmente, suas preferências – partidárias, eleitorais,
ideológicas e, sobretudo, pecuniárias. Já sabemos que nas democracias venais
contemporâneas o dinheiro deslavadamente gera poder e que o poder
desavergonhadamente gera dinheiro. A mídia, na medida em que filtra e manipula
conteúdos, apresenta-se como uma das pontes privilegiadas de ligação dessa
política institucionalmente argentária.
O linguista e sociólogo Noam Chomsky, professor emérito do Massachusetts Institute of
Technology (em Boston) e tido pelo New
York Times como “o maior
intelectual vivo”, catalogou as dez técnicas de mistificação e manipulação
promovidas pela grande mídia [1]. Trata-se de um decálogo extremamente útil,
especialmente para aqueles que bravamente desafiam a inexpugnável ignorância
diária. Vejamos:
1. A estratégia da distração. É fundamental, para o grande lobby dos
poderes, manter a atenção do público concentrada em temas de pouca relevância
(programas banais de TV, por exemplo), fazendo com que o cidadão comum se
interesse apenas por fatos insignificantes. A exagerada concentração em fatos
da crônica policial, dramatizada e manipulada, faz parte desse jogo.
2. Princípio do “problema-solução
do problema”. A partir
de dados incompletos, incorretos ou manipulados, inventa-se um grande problema
para causar certa reação no público, com o propósito de que seja este o
mandante – ou solicitante – das medidas que se quer adotar (é preciso dar voz
ao povo). Um exemplo: deixa-se a população totalmente ansiosa com a notícia da
existência de uma epidemia mortal (febre aviária, por exemplo), criando um
injustificado alarmismo com o objetivo de vender remédios que de outra forma
seriam inutilizados.
3. A estratégia da
gradualidade. Para fazer o
povo aceitar uma medida inaceitável, basta aplicá-la e noticiá-la gradualmente,
a conta-gotas, por anos – ou meses, ou dias – seguidos. É dessa maneira que se
introduzem novas e duras condições socioeconômicas, em prejuízo da população.
Tudo é feito e contado gradualmente, porque muitas mudanças juntas podem
provocar uma revolução.
4. A estratégia do
diferimento (adiamento). Um outro modo
de fazer aceitar uma decisão impopular consiste em apresentá-la como “dolorosa
e necessária”, alcançando-se momentaneamente sua aceitação, para uma aplicação
futura (“piano piano si va lontano”, o equivale mais ou menos ao nosso
“devagar se vai ao longe”).
5. Comunicar-se com o público
como se falasse a uma criança. Quanto
mais se pretende enganar o público, mais se tende a usar um tom infantil.
Diversos programas ou conteúdos possuem essa conotação infantilizada. Por quê?
Se nos comunicarmos com as pessoas como se elas tivessem 11 anos de idade, elas
tendem a responder provavelmente sem nenhum senso crítico, como se tivessem
mesmo 11 anos de idade (as crianças não conseguem fazer juízos abstratos).
6. Explorar a emotividade muito
mais que estimular a reflexão. A
emoção, com efeito, coloca de escanteio a parte racional do indivíduo,
tornando-o facilmente influenciável, sugestionável. Essa é a grande técnica
empregada pelo populismo demagogo punitivo.
7. Manter o público na ignorância
e na mediocridade. Poucos
conhecem, ainda que superficialmente, os resultados já validados das ciências
(criminais, médicas, tecnológicas etc.). A manipulação fica facilitada quando o
povo é mantido na ignorância; isso significa dizer não à escola de qualidade
para todos.
8. Impor modelos de
comportamento. Controlar
indivíduos enquadrados e medíocres é muito mais fácil que gerir indivíduos
pensantes. Os modelos impostos pela publicidade são funcionais para esse
projeto.
9. A
autoculpabilização. Todo
discurso (midiática e religiosamente) é feito para fazer o indivíduo acreditar
que ele mesmo é a única causa do seu próprio insucesso e da própria desgraça.
Que o problema é individual e não tem nada a ver com o social. Dessa forma, ao
contrário de se suscitar uma rebelião contra o sistema socioeconômico que
marginaliza a maioria, o indivíduo se subestima, se desvaloriza, se torna
depressivo e até se autoflagela (assim é a vida no “vale das lágrimas”). A
culpa pelo desemprego, pelo não encontro de novo emprego, pelo baixo salário
(neoescravizador), pelas condições deploráveis de trabalho, pelo insucesso
escolar, pela precarização das relações trabalhistas, pela diminuição do
salário-desemprego, pela redução das aposentadorias, pela mediocridade
cultural, pela ausência de competitividade no mercado etc. é dele,
exclusivamente dele, não do sistema.
10. Os meios de comunicação
sabem mais de você que você mesmo. Eles conhecem nossas preferências, fazem sondagens e
pesquisas, diagramam nossas inclinações políticas e ideológicas e, mais que
isso, sabem como ninguém explorar nossas emoções (sobretudo as mais
primitivas). Não se estimula quase nunca a reflexão. O sistema manipula e
exerce um grande poder sobre o público, muito maior que aquele que o cidadão
exerce sobre ele mesmo.
Faça bom uso deste decálogo.
[1] CHOMSKY, Noam. “Ecco 10 modi per capire tutte le bugie che
ci raccontano”, emLatinoamerica e tutti i sud del mondo, números 128/130. Roma: GME Produzioni,
2014/2015, páginas 146-147.
Luiz
Flávio Gomes, Congresso em Foco"
ENDEREÇO
ELETRÔNICO CONSULTADO:
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/07/as-dez-tecnicas-mais-usadas-pela-grande-midia-para-manipular-a-realidade.html
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